A apresentação a seguir fez parte da primeira edição de A Senda do Cristão, Ano 1 – Nº 1 de janeiro a março de 1961, justificando o seu nascimento.

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       Muitos vão sentir a falta desta revista, cujo aparecimento em cada trimestre era aguardado com tanto prazer, e será o objetivo dos redatores de A Senda do Cristão procurar preencher essa lacuna.

 

       Tive o privilégio de acompanhar Mocidade Cristã desde a inauguração e pude ver como gozava de bênção de Deus, proporcionando auxílio e instrução espiritual aos crentes.

 

      O nosso irmão, W. Anglin, que desde o princípio foi o redator da revista, com grande pesar, viu-se forçado a terminar sua tarefa devido ao seu estado de saúde, foi recomendado por seu médico a regressar à sua terra natal.

 

     É com grande pesar que nos despedimos do nosso querido irmão W. Anglin, que, como é do conhecimento de muitos, dedicou 34 anos de sua vida ao trabalho de ajudar os irmãos da igreja de Cristo em terras onde se fala a língua portuguesa.

 

     Na sua mocidade foi muito abençoado na vida material, na Inglaterra, onde prosperou nos negócios de tal maneira que, ao alcançar os quarenta anos, se encontrava, financeiramente, independente, podendo passar o restante da sua vida em conforto.

 

       Foi nessa ocasião que ele ouviu a chamada de Deus para o Seu serviço, que veio por meio de um trecho da Palavra de Deus lido numa reunião de Oração. Eis as palavras: É para vós tempo de habitardes nas vossas casas estucadas, e esta casa há de ficar deserta? (Ageu 1:4). Embora que, no sentido original refere-se aos judeus e ao templo, ele aceitou a mensagem no sentido do Novo Testamento, como sendo a “Casa de Deus”, a igreja.

 

     Nessa época ele era gerente de uma grande firma no norte da Inglaterra; estava próspero e muito feliz. Também trabalhava muito no serviço de Cristo, porque era superintendente de duas Escolas Dominicais, que funcionavam em horas diferentes; dirigia diversos trabalhos entre crianças e uma classe para moços durante a semana.

Em tais circunstâncias muitos teriam dito: “Eu estou trabalhando para o Senhor, estou fazendo a minha parte.” Porém, o nosso irmão compreendeu que, para ele, essa chamada era para dedicar todo o seu tempo ao serviço do Senhor, e lembrou-se das últimas palavras da sua piedosa mãe: “Meu filho, dê sempre a Deus o primeiro lugar na sua vida.” E assim atendeu à chamada Divina.

 

       Não era coisa fácil abrir mão de tudo o que ele havia adquirido com tanto trabalho, porém, assim o fez demonstrando a Deus que estava pronto para ir aonde Ele quisesse. Depois de ter feito essa decisão, para sua grande consternação, viu-se obrigado a aceitar ainda mais responsabilidade na sua firma. Confuso, ele procurou a direção de Deus e esta veio por meio de uma pregação: Estando eu no caminho o Senhor me guiou (Veja Gn 24:27). Compreendeu, então, que bastava ele estar “no caminho”, e podia deixar o resto com Deus. E assim foi. Quando lhe parecia que não havia meio de se livrar da posição de responsabilidade que ocupava, sem deixar a sua firma em dificuldade, o que, como crente, ele não podia fazer, repentinamente o caminho abriu-se diante dele, e em maio de 1926 teve o prazer de entrar no território brasileiro, pela primeira vez.

 

       Nos primeiros anos tomou parte de muitas viagens árduas a cavalo, na zona da mata, levando o conforto e instrução da Palavra de Deus às casas toscas, dentro da floresta primitiva e às grandes fazendas nas zonas mais cultivadas. Várias vezes o autor teve o privilégio de fazer-lhe companhia nestas viagens. Mais tarde, com a construção das grandes rodovias e o advento do ônibus, passamos a viajar com maior facilidade.

 

      Nosso irmão administrou a Palavra em maior medida, viajando e visitando, mas cremos que, dentre todos os seus trabalhos, a publicação da revista Mocidade Cristã ocupa um lugar entre os mais frutíferos.

 

      Ele já regressou à sua terra natal e estamos certos de que as orações  de muitos o seguirão. Desejamos que ele seja muito abençoado no seu trabalho para o Senhor Jesus Cristo naquela terra longínqua, da qual estava ausente durante trinta e quatro longos anos a serviço do Seu Senhor, no Brasil.

 

W. Arthur Wood

 

       Ainda hoje, o objetivo de A Senda do Cristão continua sendo “ajudar os crentes na sua peregrinação pelo vale deste mundo, trazendo artigos instrutivos, edificantes e de estímulo cristão”.

 

A Equipe de A Senda do Cristão